Notícia do jornal "O Público", de 11 de Maio de 2009
"O projecto português entregue hoje em Nova Iorque, e que foi acompanhado por projectos do Brasil, Guiné-Bissau e Cabo Verde, propõe a extensão da plataforma continental para o dobro.
Em entrevista à agência Lusa, o secretário de Estado da Defesa e dos Assuntos do Mar, João Mira Gomes, explicou a importância do projecto, que levou quatro anos a ser elaborado, e referiu algumas das áreas que Portugal pode explorar com a aprovação desta proposta, como a energia.
"A energia é um dos aspectos essenciais, não só as energias fósseis como o petróleo ou o gás, mas também os minérios e moléculas que podem ser utilizadas na indústria farmacêutica. Tudo isto são áreas que existem [no espaço marítimo nacional] embora não saibamos ainda toda a sua dimensão e todo o seu valor, apesar de sabermos que nos dias de hoje estes são sectores muito importantes", afirmou Mira Gomes.
João Mira Gomes disse ainda que, em termos ambientais, Portugal poderá iniciar o "armazenamento no fundo do mar de dióxido de carbono da atmosfera".
A Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental, chefiada pelo engenheiro hidrográfico e oceanógrafo Manuel Pinto de Abreu, elaborou a proposta ao longo dos últimos quatro anos. Através da ONU, Portugal pede à Comissão de Limites de Plataformas Continentais (CLPC) a duplicação da sua plataforma continental, que passaria dos actuais 1,8 milhões de quilómetros quadrados para os 3,6 milhões.
"Foram feitos mais de 1,8 milhões de quilómetros quadrados de levantamentos geográficos e geológicos, foram mais de 950 dias de mar", referiu o secretário de Estado sobre o projecto, que envolveu um grupo fixo de 24 especialistas, entre cientistas, biólogos, geólogos e juristas, e outro grupo flexível que chegou às 70 pessoas.
A elaboração do projecto português contou também com o auxílio da Marinha portuguesa, ao nível do Instituto Hidrográfico, e com a participação de oficiais e equipamento e do Remote Operated Vehicle, um robô submarino com capacidade de trabalhar até seis mil metros de profundidade e que só existe em mais cinco países da Europa.
"Para que a Comissão de Limites de Plataformas Continentais aceite a proposta portuguesa, o projecto tem de provar que existe uma continuidade geológica entre a nossa plataforma actual e o resto, encontrar denominadores e composições comuns através das amostras", afirmou João Mira Gomes, referindo que em todo o processo foram retirados "mais de 10 milhões de toneladas de rocha".
"Para nós, este processo é tão importante como foram os descobrimentos, são os descobrimentos do século XXI", considerou. O secretário de Estado da Defesa disse ainda que Portugal pode "entregar e acrescentar elementos à sua proposta durante a avaliação" mas que não é previsível que seja conhecido o veredicto sobre o projecto português "antes de 2013 ou 2014".
"O trabalho não acaba na segunda-feira [hoje], estamos a trabalhar com países como Cabo Verde [na extensão da plataforma daquele país] e lançamos também uma proposta no âmbito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa para que se estabeleça uma estratégia para os oceanos", adiantou João Mira Gomes.
O governante defendeu que, dado ser um "país de referência no âmbito do mar", Portugal tem "mais trabalho a fazer" depois da entrega da proposta de extensão da plataforma continental. "Temos outras vertentes a trabalhar, temos de nos organizar para fazer o aproveitamento das novas riquezas, há ma segunda etapa deste trabalho que vai requerer organização, parcerias com outros países, com empresas e com instituições", referiu.
"O projecto português entregue hoje em Nova Iorque, e que foi acompanhado por projectos do Brasil, Guiné-Bissau e Cabo Verde, propõe a extensão da plataforma continental para o dobro.
Em entrevista à agência Lusa, o secretário de Estado da Defesa e dos Assuntos do Mar, João Mira Gomes, explicou a importância do projecto, que levou quatro anos a ser elaborado, e referiu algumas das áreas que Portugal pode explorar com a aprovação desta proposta, como a energia.
"A energia é um dos aspectos essenciais, não só as energias fósseis como o petróleo ou o gás, mas também os minérios e moléculas que podem ser utilizadas na indústria farmacêutica. Tudo isto são áreas que existem [no espaço marítimo nacional] embora não saibamos ainda toda a sua dimensão e todo o seu valor, apesar de sabermos que nos dias de hoje estes são sectores muito importantes", afirmou Mira Gomes.
João Mira Gomes disse ainda que, em termos ambientais, Portugal poderá iniciar o "armazenamento no fundo do mar de dióxido de carbono da atmosfera".
A Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental, chefiada pelo engenheiro hidrográfico e oceanógrafo Manuel Pinto de Abreu, elaborou a proposta ao longo dos últimos quatro anos. Através da ONU, Portugal pede à Comissão de Limites de Plataformas Continentais (CLPC) a duplicação da sua plataforma continental, que passaria dos actuais 1,8 milhões de quilómetros quadrados para os 3,6 milhões.
"Foram feitos mais de 1,8 milhões de quilómetros quadrados de levantamentos geográficos e geológicos, foram mais de 950 dias de mar", referiu o secretário de Estado sobre o projecto, que envolveu um grupo fixo de 24 especialistas, entre cientistas, biólogos, geólogos e juristas, e outro grupo flexível que chegou às 70 pessoas.
A elaboração do projecto português contou também com o auxílio da Marinha portuguesa, ao nível do Instituto Hidrográfico, e com a participação de oficiais e equipamento e do Remote Operated Vehicle, um robô submarino com capacidade de trabalhar até seis mil metros de profundidade e que só existe em mais cinco países da Europa.
"Para que a Comissão de Limites de Plataformas Continentais aceite a proposta portuguesa, o projecto tem de provar que existe uma continuidade geológica entre a nossa plataforma actual e o resto, encontrar denominadores e composições comuns através das amostras", afirmou João Mira Gomes, referindo que em todo o processo foram retirados "mais de 10 milhões de toneladas de rocha".
"Para nós, este processo é tão importante como foram os descobrimentos, são os descobrimentos do século XXI", considerou. O secretário de Estado da Defesa disse ainda que Portugal pode "entregar e acrescentar elementos à sua proposta durante a avaliação" mas que não é previsível que seja conhecido o veredicto sobre o projecto português "antes de 2013 ou 2014".
"O trabalho não acaba na segunda-feira [hoje], estamos a trabalhar com países como Cabo Verde [na extensão da plataforma daquele país] e lançamos também uma proposta no âmbito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa para que se estabeleça uma estratégia para os oceanos", adiantou João Mira Gomes.
O governante defendeu que, dado ser um "país de referência no âmbito do mar", Portugal tem "mais trabalho a fazer" depois da entrega da proposta de extensão da plataforma continental. "Temos outras vertentes a trabalhar, temos de nos organizar para fazer o aproveitamento das novas riquezas, há ma segunda etapa deste trabalho que vai requerer organização, parcerias com outros países, com empresas e com instituições", referiu.
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